Mudança, agitação, inconformismo,
não aceitação... o que é e porque isso? Em junho de 2013, no Brasil (e outros
lugares do mundo), ocorreu, o que na matemática é denominado de ponto
de inflexão: “...um ponto de
inflexão ou simplesmente inflexão, é um ponto sobre uma curva na
qual a curvatura (a derivada de segunda ordem) troca o sinal.”
Vamos posicionar
esta ideia!
Academicamente,
na física, movimento é “a variação de posição espacial de um objeto
ou ponto material no decorrer do tempo”.
Na filosofia clássica, “o movimento é um dos problemas mais tradicionais da cosmologia, na medida em que envolve a questão da mudança na realidade”. Já a escola eleática, através dos paradoxos de Zenão (filosofo grego), afirma “ser o movimento ilusório, sendo a verdadeira realidade imutável”.
Aristóteles define o movimento como “passagem de potência a ato, como mudança ou alteração de uma natureza; como crescimento e diminuição; e como geração e corrupção (destruição)”.
Na física da relatividade, o movimento ‘é a variação de posição de um corpo relativamente a um ponto chamado "referencial"’.
E daí, você pergunta! O que tem
haver o Brasil com “esse tal” de ponto de inflexão? E será que vou conseguir
explicar?
São ideias e teorias, acadêmicas
ou de fato, ou ilusórias, teorias de conspiração e de golpe. Anárquicas,
pseudo-socialistas, comunistas, apolíticas, populistas, midiáticas, corruptas
ou simplesmente de inflexão.
Eis o ponto! Há o momento, que as
pessoas não querem mais seguir para o óbvio caminho do “abate”, sair da zona de
conforto onde todos são jogados, no esgoto, e surgem diversas novas caras:
insatisfação, revolta, dor, alívio, alegria escancarada em rostos sofridos, e
velhos rostos sofridos com lembranças esquecidas ou adormecidas. Esse ponto de
mudança aconteceu em grandes movimentos, insatisfações pessoais e populares,
guerras, revoluções e grandes comoções. Guerra! Luta!
O nosso ponto de inflexão foi
alcançado quando foi cobrado R$ 0,20 a mais! É ridículo, mas aí foi liberada a
voz num “BASTA!”. Pagar muitos (e caros) impostos, “alguns” superfaturamentos, mazelas
politiqueiras mal explicadas e a falta dignidade e oportunidades. Quão
amadores, ou deslavadamente larápios e materialistas são nossos representantes.
Pode ser o momento de despertar, não
há como afirmar, mas há várias indicações que o caminho é este. Movimentos “estopocando
a silibrina” em vários lugares pelo mundo, em que as pessoas vão às ruas gritar
por uma vida melhor. Alguns sabem o que querem e outros, são conduzidos, alguns
outros morrem pelo ideal, mas, em todos, é nítido ver um fio de esperança
estampado em rostos antes desiludidos e maltratados.
Querem movimento para variar sua
posição espacial, não aceitar ser vaquinha de presépio, ter uma vida tranquila,
propor a mudança de sua realidade, se despreocupar, ter saúde, propor uma
realidade imutável, o desejo que o amanhã seja melhor do que foi hoje, exigir dignidade.
Ser cidadão.
Uma parábola conta que, certa
vez, um rebanho de cabras encontrou na floresta um faminto filhotinho de tigre
desgarrado da mãe e adotou-o. Com o tempo, o animalzinho ganhou a musculatura e
o porte de um tigre real, mas, como fora criado como um filhote de cabra, nada
sabia de sua verdadeira natureza e se comportava como um cabrito. Alimentava-se
de grama e tinha todos os hábitos do rebanho. Certo dia, um tigre caçador
atirou-se sobre o rebanho e ficou estupefato diante de um colega seu que balia
covardemente como se fosse uma indefesa cabra. Decidiu mostrar a seu
companheiro que ele era um tigre e não uma cabra. Durante muitos dias seus
esforços foram frustrados – o outro relutava em aceitar que não era uma cabra.
Mas, certa ocasião, ambos se viram refletidos nas águas mansas de um lago, e
foi o bastante para que a ilusão se desfizesse, e a “tigridade” se levantasse
exuberante e potente. Toda força e destreza do tigre se manifestou, e a fragilidade
da cabra acabou.
É isso que acontece conosco. Nossa natureza divina – e o tigre em nós – se encontra frustrada e negada, bloqueada e esquecida sob nossa condição humana. Hermogenes, Yoga paz com a Vida, pag. 99
É isso que acontece conosco. Nossa natureza divina – e o tigre em nós – se encontra frustrada e negada, bloqueada e esquecida sob nossa condição humana. Hermogenes, Yoga paz com a Vida, pag. 99
Acredito que chegou o ponto para
nossa troca de sinal, de aceitarmos nossas naturezas, de frágeis cabritos para absolutos
tigres caçadores. De assumirmos a responsabilidade do que realmente é nosso.
E como disse Aristóteles, muito e
muito tempo atrás, “...passagem
de potência a ato, como mudança ou alteração de uma natureza; como
crescimento e diminuição; e como geração e corrupção (destruição)”.
Será que consegui colocar meu
ponto de vista, ou melhor... o meu ponto de inflexão?
Luiz Augusto Barbosa - Inflexível cidadão