A etiqueta é bastante preocupada com as questões da mentira, atribuição da
culpa e hipocrisia – coisas que com frequência são menosprezadas na ética mas de grande utilidade na sociedade:
As razões morais para
se tolerar mentiras têm a ver em sua maior parte em evitar conflitos. Um código ético irá com frequência especificar quando a verdade é necessária e
quando não é. Em tribunais, por exemplo, o processo antagônico e padrão de
evidência que é aplicado restringe as perguntas de maneira que a necessidade da
testemunha mentir é reduzida – de maneira que a verdade quanto à questão em
julgamento supostamente será revelada com mais facilidade.
A necessidade de
mentir é reconhecida pelo termo "mentira social" onde a mentira é inofensiva, e há circunstâncias onde
existe uma expectativa de se ser menos do que totalmente honesto devido à
necessidade ou pragmatismo. As mentiras podem ser divididas em classes –
ofensivas ou mal intencionadas, inofensivas e jocosas, do qual apenas a
primeira classe é séria (O catolicismo classifica a primeira
como pecado mortal mas também condena as outras como veniais).
Há alguns tipos de
mentiras que são consideradas aceitáveis, desejáveis, ou mesmo obrigatórias,
devido à convenção social. Tipos de mentiras convencionais incluem:
§ Uso de eufemismos para
evitar a menção explícita de algo desagradável;
§ Perguntas insinceras sobre
a saúde de uma pessoa pouco conhecida;
§ Afirmação de boa saúde em
resposta a uma pergunta insincera (os inquiridores com frequência ficam
bastante desconcertados por qualquer outra coisa que não a resposta positiva
mais breve possível);
§ Desculpas para evitar ou
encerrar um encontro social indesejado;
§ Garantia de que um
encontro social é desejado ou foi agradável;
§ Dizer a uma pessoa
moribunda o que quer que ela queira ouvir;
§ Supressão de uma quebra de tabu.
A maioria das pessoas
participa de tais mentiras convencionais, e não aplica a desaprovação moral
costumeira em relação às mentiras em tais situações. Mentiras convencionais são
vistas como uma categoria menor de mentira, semelhante às mentiras sociais. No
entanto, uma minoria de pessoas as vê como mentiras maliciosas.
Ref.: Ângelis, Joanna de. No livro
"Conflitos Existenciais"
Nota do editor: desculpem-me os palhaços, vocês tem mais personalidade do que os verdadeiros mentirosos.